segunda-feira, 9 de junho de 2014

O eterno do que tem fim

Perdi seus olhos
Repletos de ternura
Para os quais aquela altura não conseguia mais olhar.

Fitavam meu rosto como se olhassem 
a existência inteira
E perderam-se nessa imensidão.

Deixei de ter o colo 
e o carinho
quando no meu mundo eu já não os permitia entrar.

Não tenho mais as mãos dadas
que no entrelaço do caminho
apertavam as minhas cheia de gratidão.

Nem me lembro dos abraços cuja ausência já me fizeram chorar.

Circundavam meu corpo 
como se fossem a última rota
Encontravam minha alma como quem encontra a si
E deixaram-no sem qualquer direção                                                         

Perdi até mesmo a sua amizade
E alguns momentos
Com a insistência de quem imaginava poder assim continuar

Caminhos estranhos estes desta viagem sem rumo que se chama coração.

E o rosto se dissipa
Na dor de todas as perdas
Que fizeram do encontro
O mais perfeito dos encantos

Querendo tornar eterno
Acabou com tudo
que a vida não coloca fim.